A ATL tem por objetivo congregar escritores e intelectuais de todas as vertentes, propugnar por todos os meios ao seu alcance pela difusão, resgate, promoção e conservação evolutiva da cultura, incentivando sempre a criação literária.
No dia 5 de março de 2005 às 19 horas no Auditório da Escola Liceu de Tauá “Lili Feitosa”, foi fundada a Academia Tauaense de Letras, naquele momento imortalizado 14 Cadeiras com os seus Patronos e respectivos Membros Fundadores.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

ESCRITORA ANAMÉLIA SERÁ HOM...

A Academia Feminina de Letras do Ceará – AFELCE – realizará Solenidade em Homenagem às Mulheres cearenses que se destacaram nas letras durante o ano de 2007. Entre as eleitas, a escritora tauaense Anamélia Custódio Mota e seu livro FRANCISCA CLOTILDE: Uma Pioneira da Educação e da Literatura no Ceará.

Local: Centro Cultural OBOÉ
Data: 05 de março de 2008
Horário: 15:00 às 16:30.
Rua Maria Tomázia, 531 – Esquina com Des. Moreira – Fortaleza – CE

OUTRORA E HOJE

OUTRORA E HOJE

Que saudade do tempo cor de rosa
Em que eu tinha meus filhos pequeninos,
Jogando em minhas mãos com seus destinos,
E sendo assim, talvez mais cuidadosa!

Feliz, Humilde, alegre e pressurosa,
Os vi crescidos, eram já meninos:
Mais fácil o viver, cantávamos hinos,
Em marcha triunfal e gloriosa.

Mancebos lindos, vão-se hoje de casa,
Fel amargo em minh’alma se extravasa,
Sei que os espera a luta do imprevisto.

Os meus prantos de mãe choro em segredo,
De cousas todas me avassala o medo,
Qual um rei destronado a tudo assisto.

Prisciliana de Almeida. In: Rita de Lara. Mulheres do Brasil, 1971/ 361.

ÁLBUM DE RECORDAÇÕES

ÁLBUM DE RECORDAÇÕES
“Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos. Sem memória não existimos e sem responsabilidade, talvez, não devamos existir” (José Saramago).
05/02/1962 – A escritora Alba Valdez, primeira Mulher a ocupar uma cadeira na Academia Cearense de Letras e segunda no Instituto do Ceará, é sepultada no Cemitério São João Batista, havendo falado à beira do Túmulo em nome da Casa do Barão de Studart – o historiador Luiz Teixeira Barros.
09/02/1920 – Nasce em Berna na Suíça Fred Kunz (Padre Alfredinho), referencial na Diocese de Crateús, um padre comprometido com os pobres, foi Pároco em Tauá de 1972 a 1975. Realizou um prestimoso trabalho na Serra Barra do Vento, posteriormente foi servir na favela Lamartine, em Santo André, SP, aonde veio a falecer aos 12 de agosto de 2000. É PATRONO na Academia Tauaense de Letras, tendo como ocupante da Cadeira a escritora Maria Adalzira de Oliveira.
12/02/1928 – O padre Odorico de Andrade toma pose no vicariato de Tauá (RIC, 1952). Foram quarenta anos de serviços sacerdotais ao Município de Tauá, merecendo o título de Monsenhor, concedido pelo Bispo da Diocese de Crateús Dom Antônio Fragoso.
15/02/1887 – Circulou nesta data o primeiro número da revista “A Quinzena”, que desempenhou importante papel na evolução literária do Ceará no final do Século XIX.
21/02/1841 – Nasceu em Quixeramobim Antonio Bezerra de Menezes, Co-editor do Jornal “Libertador”, paladino do Movimento Abolicionista, em que o Ceará foi pioneiro no Brasil.
21/02/1956 – Aprovada no Vestibular à Faculdade de Direito do Ceará Geórgia Gomes de Aguiar.
23/02/1887 – Nasce em Fortaleza Henriqueta Galeno, fundadora da Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno. Pertenceu a Academia Feminina de Letras, tomou assento na Cadeira Nº 23, patroneada por Juvenal Galeno. “Todo mundo ficou a dever a Henriqueta Galeno nesta brava cidade de Fortaleza” (Florival Seraine).
24//02/1968 – Celebrada Missa de sétimo dia na Igreja do Patrocínio, do falecimento do Dr. Cândido Meireles, poeta autor do poema “Kinamuiu”. Pertenceu a Academia Cearense de Letras. Patrona cadeira na ATL, ocupada por Manoel Enéas Alves Mota.
??/02/1760 – Nasce em Cabrobó, PE - a Heroína Nacional - Bárbara de Alencar, precursora de nossa Independência, no movimento de mobilização revolucionária de 1817.
??/??/1921 – Morre (assassinado) em Fortaleza, Mário da Silveira, jovem poeta de quem o meio literário muito aguardava.
Colaborações para anameliacademia@usedata.com.br

A RAMALHETERIA

A RAMALHETEIRA

F. CLOTILDE
Domingo de Carnaval!
Amanhecera um dia lindo...
Nem uma nuvem turbava a transparência azulada do céu; dir-se-ia que o inverno entregara o septo à primavera fugindo de súbito para não desfazer alegrias. E, com efeito, ostentava-se uma primavera florida, estadeando galas, esfuziante de risos, com um sol de ouro a brilhar no espaço e prazeres estonteantes a sacudirem a monotonia do viver terrestre.
Chegara o período das loucuras, do delírio, do desafogo, da folia... Quantas máscaras afiveladas, quantos disfarces, quantas fantasias, por essas ruas afora, na grande cidade, toda enfeitada de galhardetes e arcos, de flores e bandeirinhas multicores!
Todos sentiam em cheio a ventura daquele dia, todos queriam brincar livremente, esquecendo as horas amargas da vida.
Os foliões entusiasmavam-se cada vez mais. Choviam confetes em profusão nos grupos que passavam e esguichos de cloretyl trescalavam perfumes variados, dando uns tons vivazes e expressivos ao festival solene do Momo.
Titilavam guisos aqui e ali e o Zé Pereira ouvia-se por toda parte, num crescendo ensurdecedor, a que a petizada das ruas se associavam com gritos e aplausos delirantes.
Elita vestira-se de jardineira. No cabazinho artisticamente confeccionada ostentavam-se rosas de botão, margaridas e crisântemos.
Um primor! E o que era mais belo, o que causava mais admiração era o rostinho corado da vendedora, onde uns olhos azuis como o céu brilhavam cheios de graça e de inocência, onde o sorriso irresistível e angelical formava covinhas nas faces delicadas como as pétalas das rosas entreabertas que ela oferecia aos transeuntes com um gesto encantador.
Radiante por ter visto a realidade de seu sonho de fantasiar-se de ramilheteira – Elita atraia os olhares, as carícias, os louvores.
Como é mimosa! Diziam. Que meiguice e gentileza!
Ela, um pouco envaidecida, agradecia os cumprimentos e continuava a espalhar rosas, crisântemos e margaridas, como se o gênio encantador que preside a estação florida se tivesse encarnado em sua pequenina e simpática individualidade.
De repente parou emocionada. Um soluço desprendido de lábios infantis feriu-lhe o ouvido.
Quem sofria naquele dia tão alegre? Haveria lágrimas entre tantos risos, dores no meio daquela festa que arrastava um povo inteiro ao atordoamento da felicidade?
Acreditou porque viu diante dela uma pequenita do seu tamanho, mas tão magrinha e pálida que causava dó. As lágrimas lhe banhavam as faces, pobres lírios que a rajada do infortúnio rudemente crestara.
Tremia a cada passo, e parecia sofrer muito.
__ Que tens menina? Perguntou-lhe Elita, acariciando-lhe os cabelinhos desalinhados e ligeiramente castanhos.
__ A mamãe está doente e penso que vai morrer, respondeu, a soluçar mais forte.
__ Onde moras?
__ Ali, e designava um casebre, uma mansarda que mal se via, ao longe, na travessa de uma grande rua.
Elita tinha um coração de anjo e a idéia de que alguém sofria, naquele dia festivo e qqque lhe trouxera tanta alegria, causara-lhe um mal estar insuportável.
__ Vou à tua casa, e segurou a pequenita que agora se calara e quase sorria.
Esquecera as flores, pensava nos espinhos da vida.
Chegaram. A doente mal podia balbuciar as palavras. A febre e a fraqueza exauriam-lhe as forças. Ao ver a filha perguntou entrecortadamente:
__ Trouxeste-me algum socorro?
__ Eu vim visitá-la, disse Elita, anjo, a distender as asas de arminho sobre aquele leito de misérias.
Dentro de duas horas fizera-se uma transformação no pobre quarto da doente.
Passara por ali um doce eflúvio da caridade e as mãozinhas perfumadas de Elita tinham espalhado a mais bela das flores de seu coração neste lar entristecido pelo infortúnio.
O carnaval foi esquecido. Embalde tilintaram guisos, ruflaram tambores, estridularam clarins, perpassaram bandos, desfilaram préstitos. A tarde morria e murchavam as rosas, as margaridas e os crisântemos no cabazinho que Elita já não segurava. Deus, porém, abençoava a bondosa menina que sacrificara o almejado divertimento para socorrer a pobreza digna e honrada e por entre as flores espalhadas gracilmente pela ramalheteira, distinguira-se a rosa mística da caridade que não emurchece e viceja sempre nos páramos do céu, no reino da imortal e deliciosa primavera.

F. Clotilde. A Estrella, fevereiro de 1915 p. 1-2.

NOSSA HISTÓRIA...

Nossa história registra 206 anos.

Os duzentos e seis anos /
Completará meuTauá /
Um município importante /
Desse grande Ceará/
Os documentos comprovam /
E ninguém Contestará.

Mil oiticentos e dois/
Registrado na história/
O dia foi três de maio/
E nessa data de glória/
Queremos sim, registrar/
Toda essa nossa memória.

Nossa Academia de Letras/
Está nessa comissão/
Para provar direitinho/
Tudo com exatidão/
Dolores, Joãozinho e Álcimo/
Não andam na contra-mão.

Paulo de Tarso
Cadeira 32 - ATL

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

CARTA CIRCILAR

Carta Circular
Tauá-CE, 11 de fevereiro de 2008

A Comissão Organizadora da Assembléia Popular Deliberativa, sobre o resgate da data de emancipação de Tauá, no intuito de cumprir suas responsabilidades vem até V. Excia. expor os motivos pelas quais se faz pertinente a ocorrência da Assembléia acima mencionada no dia 18 deste, das 8h às 12h no Centro Pastoral São José.
A Academia Tauaense de Letras e a Fundação Bernardo Feitosa, alertadas pela discordância de datas e sabedoras da possibilidade do equívoco na data comemorativa da emancipação de Tauá, empreenderam uma pesquisa que constatou o engano. Procuraram a Dra. Patrícia Pequeno Costa Gomes de Aguiar, Prefeita Municipal e o representante legal do município na Assembléia Legislativa do Estado Dr. Domingos Aguiar Filho apresentando o resultado da referida pesquisa sendo que ambos apoiaram a realização da já mencionada Assembléia Popular Deliberativa como instrumento para dar à propositura apresentada um caráter participativo da sociedade do município sem escalonamentos de valor, sendo aprovada a constituição desta Comissão que ficou assim composta: Maria Dolores de Andrade Feitosa – Presidente da Fundação Bernardo Feitosa, João Geneilson Gomes Araújo – Presidente da Academia Tauaense de Letras, João Álcimo Viana Lima – Conselho Municipal de Patrimônio, Joaquim Jorge de Moura – Secretário de Articulação Institucional e que, baseada nos resultados da pesquisa a emancipação de Tauá deu-se a 3 de maio de 1802 quando foi desmembrada da vila de Icó e passou à categoria de vila, com o nome de Vila São João do Príncipe, e tendo como área de sua jurisdição a que hoje corresponde a 16 municípios havendo sido nomeada na ocasião seu Capitão-mor, e não, quando foi elevada à categoria de Município no dia 02 de agosto de 1929 como é erroneamente comemorada.
Cremos que o resgate de tal data é de fundamental importância já que é um fato muito significativo e que demonstra o que Tauá já representava para o Estado do Ceará, no entanto, sabemos que é necessária uma legitimação não só popular como institucional.
Vimos, por conseguinte convidar V. Excia. a fazer-se presente a esta sessão magna por sua importância.
Certos da anuência ao nosso convite firmamos-nos respeitosamente.

Maria Dolores de Andrade Feitosa - Presidente da FBF


João Geneilson Gomes Araújo - Presidente da ATL
João Álcimo Viana Lima - Conselho de Preservação do Patrimonio Cultural


Joaquim Jorge de Moura - Secretário de Articulação

ALTERAÇÃO NA DATA...

ALTERAÇÃO NA DATA COMEMORATIVA ALUSIVA À EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE TAUÁ RECEBE APOIO DE INTELECTUAIS

A alteração na data comemorativa alusiva à emancipação política do município de Tauá, que será debatida, em Assembléia Popular, 19 de fevereiro, a partir das 7h e 30 min., no Centro Pastoral da Igreja da São José, vem recebendo apoio de muitos educadores, estudiosos, intelectuais, poetas, escritores etc., desde apresentação da aludida proposta na Academia Tauaense de Letras (ATL), pelo professor João Álcimo Viana Lima. Entre os intelectuais favoráveis à mudança das comemorações alusivas ao dia da emancipação de Tauá, de 02 de agosto para 03 de maio, o professor Aurélio Loiola, membro da ATL, manifestou total apoio, no Jornalzinho Cultural "Acontecências", na edição do bimestre fevereiro / março de 2008. Além da Assembléia Popular Deliberativa sobre o dia do Município, o site http://www.taua.ce.gov.br/, da Administração Fazendo Acontecer, por meio SEDETE, também está realizando um levantamento da opinião popular, por intermédio da enquete do mês, na qual os internautas podem votar sobre este assunto.
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José Wilton