A ATL tem por objetivo congregar escritores e intelectuais de todas as vertentes, propugnar por todos os meios ao seu alcance pela difusão, resgate, promoção e conservação evolutiva da cultura, incentivando sempre a criação literária.
No dia 5 de março de 2005 às 19 horas no Auditório da Escola Liceu de Tauá “Lili Feitosa”, foi fundada a Academia Tauaense de Letras, naquele momento imortalizado 14 Cadeiras com os seus Patronos e respectivos Membros Fundadores.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

III ENCONTRO DO GRUPO...

A Academia Tauaense de Letras, na presidência do Acadêmico João Geneilson Gomes Araújo, promove, no dia 26 de outubro de 2007 às 19 horas na sala reuniões da ATL o III ENCONTRO DO GRUPO DE ESTUDO DA HISTÓRIA DO CEARÁ, neste encontro iremos assistir o documentário CAMINHOS DA FÉ, sobre a festa de Jesus, Maria e José e a religiosidade em Marrecas em seguida um amplo debate sobre religioso, históricos e culturais.

Grupo de Estudo da História das idéias no Ceará:
Pensamento social no Ceará,
finais do século XIX e primeiras décadas do século XX.

Coordenadora Profª. Drª Adelaide Gonçalves

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

ANTOLOGIA NACIONAL

Fausto Barreto(foto) e Carlos de LaetA Antologia Nacional (ou Colleção de Excerptos dos Principaes Escriptores da Língua Portuguesa, do 19º. ao 16o. século), organizada pelos professores Fausto Barreto e Carlos de Laet, por solicitação do editor J. G. Azevedo ( da Francisco Alves & Cia.), foi dos livros mais populares em nossas escolas, nos primeiros anos do século XX. Adotada no Colégio Pedro II do Rio de Janeiro, na Escola Normal do Distrito Federal, no Colégio Militar e, progressivamente, pela maioria dos estabelecimentos de ensino nas principais capitais brasileiras, essa Antologia Nacional básica na formação literária de muitas gerações de brasileiros. Inclusive foi o modelo das dezenas de antologias que surgiram depois e chegam até nós. O critério da organização do volume bem como a natureza dos textos escolhidos são bem elucidativos dos principais objetivos e ideais que orientavam, na época, a tarefa educativa. Resumindo-os: ênfase na clareza e na lógica que devia imperar na expressão do pensamento; valorização do contemporâneo e ênfase ao nacional, a par da autoridade inquestionável da fonte-geratriz portuguesa.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

2º CICLO DE CONFERÊNCIA

2º Ciclo de Conferências:
apresentará depoimentos historicos sobre Cine União e o espaço das artes em Tauá. Na próxima quinta feira (18/10) às 19:00 h na União Artistica Tauaense, o grupo de contadores de história irá analisar a trajetória cultural que envolve às artes em nossa Tauá. O evento será aberto a todo público interessado e terá transmissão ao vivo pelo portal USEDATA.




O DIREITO DO POVO

F. Clotilde
Patrona da Cadeira nº. 11

Sabedoria popular! Bonitas palavras inteiramente vazias de sentido no apregoado regime das Repúblicas!
Temos o exemplo frisante do que se passa entre nós, neste triste espetáculo que o Brasil apresenta perante as nações cultas da terra. Para que serve o direito do voto? Qual é o fim dos comícios eleitorais? No entanto, qual é o resultado dessa atividade sagrada e respeitável? Os partidos impõem o reconhecimento de seus adeptos e, embora tenham eles tido a minoria e seja isso um fato claríssimo e indiscutível, saem vitoriosos e vão às câmaras alardear o seu prestígio e apresentam projetos que fazem envergonhar os que dentre eles são mais escrupulosos e menos indignos.
É isto que chamam República? Pobre povo!
O teu direito é conspureado a todo instante, só tens que suportar o vexame do imposto, o jogo dos mandões, a prepotência dos chefes que colocam os seus interesses acima de tudo.
Trabalhas para que a tua Pátria tenha soldados e vasos de guerra que a tornem respeitada e, quando é mister o teu sacrifício os homens de farda fazem de ti o alvo de suas carabinas e os encouraçados chegam aos teus portos a fim de bombardearem as tuas cidades?
Sonhas a liberdade e a justiça?
Utopias!
Para seres livres é preciso que derrames o teu sangue generoso nas praças e nas ruas, que, esmagues os teus affectos mais fortes indo de armas na mão enfrentar esses irmãos desnaturados que desejam o teu aniquilamento e o teu captiveiro moral.
No dia que acordas como um leão selvagem o teu despertar é terrível.
Derrubas os tiranos, como fizestes a 24 de janeiro e, repugnando-te manchar as tuas mãos com o sangue dos que te esmagavam no furor de seu despotismo, perdoa os desvarios envolvendo-os na esmola de tua misericórdia.
Tudo se encaminha numa corrente fatal para o desprestígio de uma Nação que devia espirar os mais elevados ideais.
Que ressoe pela imprensa o grito que nos vem do íntimo verberando os desmandos e injustiças com que se celebram os timoneiros da nau governamental.
Será vencido o povo?
Continuará a ser vítima do partidarismo egoísta dos maus cidadãos, ameaçado pelas baionetas e pelos canhões?
Deus proteja o Ceará, que atravessa uma fase difícil, e livre os meus patrícios de lutas fratricidas fazendo-os gozar as delícias de um governo digno e justo.

F. CLOTILDE. In: Pelo Ceará, Aracati (1912) pp. 6-8.
Ver também: ARAÚJO, Maria Stela B. In: Mulheres do Brasil (Pensamento e Ação) Vol. 1. Fortaleza: Galeno, 1971, pp. 242-243 e MOTA, Anamélia C. MONOGRAFIA: URCA-CE, 2006.

PRÉ-TEXTO

Dimas Macedo
dimacedo@pge.ce.gov.br

A literatura é uma imensa tragédia interior. É a perdição completa de um ser, que aceita, contra a sua vontade, trocar a vida por palavras, como forma de estar-no-mundo e de sobreviver.
Todos os grandes escritores que admirei, todos os poetas e críticos de literatura com os quais convivi, sempre se mostraram em estado de tensão permanente nos recessos da sua buliçosa vida interior.
E todos os manuais que li sobre os ofícios da arte literária, é certo que jamais variaram de tom: a literatura aí aparece como se fosse uma terrível carga de poder, exercida sobre a energia vital de quem a empreende.
Albert Camus, com acerto, afirmou, certa feita, que ao escritor não cabe mudar a história, mas sofrer a história, isto é, compreender, com o seu intelecto, as tiranias do social é contra elas investir com a claridade dos seus códigos semânticos, fazendo do humanismo uma trincheira de lutas em defesa do bem.
Assim sendo e ancorado na minha razão interior, aceito a literatura como um tormento sagrado, um prazer doloroso e como sinal da mística rediviva que pulsa no meu sangue e na espessura profunda do meu ser.
A imaginação, como já afirmou Rosa Montero, com base em Santa Teresa de Jesus, é “a louca da casa”. E a casa do ser é a palavra. A palavra fundadora do belo. A palavra que não nos deixa provar a existência real.
Se não fosse escritor, eu seria escritor de uma ou de outra maneira. É visceral e existencial em mim a tentação que me leva para a literatura e para a esfinge da sua completa indecifração.
Fortaleza, 30 de junho de 2007

terça-feira, 4 de setembro de 2007

SETE DE SETEMBRO

SETE DE SETEMBRO

Esplende o sol... O Ypiranga desliza
E nele se reflete o azul sereno,
Lindo..., A desdobrar-se ameno,
De luz e beleza se matiza.

Independência ou Morte! Concretiza.
O brado augusto, vivo como um treno,
O gesto nobre, o decantado aceno,
Do Monarca que ali se sublima...

E o grito vibra além... Há manifestas
Expressões as mais justas,
Um delírio de usos e festas.

E a grande terra, erguida na História,
Aureolada de estrelas refulgentes,
Sente envolvê-la a sagração da glória.

Francisca Clotilde, Revista A Estrella, set de 1921.