Dimas Macedo
dimacedo@pge.ce.gov.br
A literatura é uma imensa tragédia interior. É a perdição completa de um ser, que aceita, contra a sua vontade, trocar a vida por palavras, como forma de estar-no-mundo e de sobreviver.
Todos os grandes escritores que admirei, todos os poetas e críticos de literatura com os quais convivi, sempre se mostraram em estado de tensão permanente nos recessos da sua buliçosa vida interior.
E todos os manuais que li sobre os ofícios da arte literária, é certo que jamais variaram de tom: a literatura aí aparece como se fosse uma terrível carga de poder, exercida sobre a energia vital de quem a empreende.
Albert Camus, com acerto, afirmou, certa feita, que ao escritor não cabe mudar a história, mas sofrer a história, isto é, compreender, com o seu intelecto, as tiranias do social é contra elas investir com a claridade dos seus códigos semânticos, fazendo do humanismo uma trincheira de lutas em defesa do bem.
Assim sendo e ancorado na minha razão interior, aceito a literatura como um tormento sagrado, um prazer doloroso e como sinal da mística rediviva que pulsa no meu sangue e na espessura profunda do meu ser.
A imaginação, como já afirmou Rosa Montero, com base em Santa Teresa de Jesus, é “a louca da casa”. E a casa do ser é a palavra. A palavra fundadora do belo. A palavra que não nos deixa provar a existência real.
Se não fosse escritor, eu seria escritor de uma ou de outra maneira. É visceral e existencial em mim a tentação que me leva para a literatura e para a esfinge da sua completa indecifração.
Fortaleza, 30 de junho de 2007
dimacedo@pge.ce.gov.br
A literatura é uma imensa tragédia interior. É a perdição completa de um ser, que aceita, contra a sua vontade, trocar a vida por palavras, como forma de estar-no-mundo e de sobreviver.
Todos os grandes escritores que admirei, todos os poetas e críticos de literatura com os quais convivi, sempre se mostraram em estado de tensão permanente nos recessos da sua buliçosa vida interior.
E todos os manuais que li sobre os ofícios da arte literária, é certo que jamais variaram de tom: a literatura aí aparece como se fosse uma terrível carga de poder, exercida sobre a energia vital de quem a empreende.
Albert Camus, com acerto, afirmou, certa feita, que ao escritor não cabe mudar a história, mas sofrer a história, isto é, compreender, com o seu intelecto, as tiranias do social é contra elas investir com a claridade dos seus códigos semânticos, fazendo do humanismo uma trincheira de lutas em defesa do bem.
Assim sendo e ancorado na minha razão interior, aceito a literatura como um tormento sagrado, um prazer doloroso e como sinal da mística rediviva que pulsa no meu sangue e na espessura profunda do meu ser.
A imaginação, como já afirmou Rosa Montero, com base em Santa Teresa de Jesus, é “a louca da casa”. E a casa do ser é a palavra. A palavra fundadora do belo. A palavra que não nos deixa provar a existência real.
Se não fosse escritor, eu seria escritor de uma ou de outra maneira. É visceral e existencial em mim a tentação que me leva para a literatura e para a esfinge da sua completa indecifração.
Fortaleza, 30 de junho de 2007
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