O JUAZEIRO
Nordeste. Estala o chçao da planície e na falda
Da serra, já nenhum olho dágua se gera.
Plena seca. No rio o lodo ferve e escalda:
Já passou S. José, o sertão desespera.
A estrada queima. O sol, inclemente desfralda
Um penacho de fogo. O céu é uma cratera.ne
A mata já não tem um só tom de esmeralda
a canícula impiedosa os campos incinera.
Seca o tronco, o arbusto... Até mesmo a oiticica
Lança na ribanceira uma sombra de morte...
Nesta solidão só o juazeiro fica,
Verde, vivo, a mostrar que entre as dores mais feias,
Há de sempre existir nos contrastes da sorte
Uma boca que ri das desgraças alheias.
(Areal Souto In: História da Literatura Cearense, 1951 p.293)
sexta-feira, 27 de junho de 2008
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