NO CALVÁRIO (F. Clotilde, Ao Frei Marcelino de Mornico, março de 1915).
Ergue-se a cruz no monte! As sombras lutulentas
De um eclipse de sol a terra toda envolvem;
Tudo sofre e se agitam, as pedras se revolvem,
E mortuárias visões, das tumbas surgem lentas.
Aqui e ali se veem criaturas malicentas
Que mesmo na aflição os seus olhares volvem
Para o Mártir divino, a blasfemar cruentas
E outra há que a adorá-lo, enfim já se resolveram.
Um gorgeio não se ouvem... A turba emudecida
Em face da tragédia horrorosa, deicida.
Desvenda o mundo inteiro, o mais triste cenário.
Somente o amor de mãe, inquebrantável, forte,
Não vacila, e resiste ao suplício, a morte.
Brilhando como o céu, nas trevas do calvário.
Contribuição: Acadêmica Anamélia Mota
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
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