A ATL tem por objetivo congregar escritores e intelectuais de todas as vertentes, propugnar por todos os meios ao seu alcance pela difusão, resgate, promoção e conservação evolutiva da cultura, incentivando sempre a criação literária.
No dia 5 de março de 2005 às 19 horas no Auditório da Escola Liceu de Tauá “Lili Feitosa”, foi fundada a Academia Tauaense de Letras, naquele momento imortalizado 14 Cadeiras com os seus Patronos e respectivos Membros Fundadores.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

BIOGRAFIA ANA VALE



Ana Moreira Vale
Membro - Cadeira nº. 12

Nasci no município de Quiterianópolis no lugarejo Bom-Jesus, meus pais Raimundo Moreira da Silva e Antônia Pereira Vale, sou a 2ª filha numa família de oito filhos, vivi toda minha infância no interior.
Tauá tornou-se para mim o berço da minha polidez em todas as dimensões do ser humano. Aqui construí a minha identidade. E no transcorrer dessa maturidade contraí união com Adauto Cavalcante Filho e desta nasceram três filhos: Dauana, Dante e Diana, razão maior do meu viver.
Quanto a minha formação educacional e profissional, posso considerá-la eclética.
Aprendi o ABC com os meus pais. Fui a escola pela primeira vez aos nove anos, meu avô pagou a professora para ensinar os netos a ler, escrever e contar. Fui aluna de Anita, a melhor professora da região. Nunca apanhei na escola, mas a palmatória em cima da mesa me assustava. Dominei com rapidez todas as cartilhas que vinham ao meu alcance.
A escola pública ainda não chegara no interior, estudo seriado só na cidade e como o acesso ao estudo era privilégio de poucos fiquei repetindo cartilhas e livros de primeira a quarta série, arranjados por parentes que moravam na cidade. Desenvolvi a habilidade da leitura de cordel, criava e escrevia com facilidade versos com temas do cotidiano.
Em 1970 vim passear em Tauá e me submeti aos Exames de Admissão para então cursar a 5ª série. Bem sucedida, fiz matrícula no Colégio Antonio Araripe onde prestara os exames. Concretizara-se a seca, meu pai leva-me de volta e por dois anos é como o sonho tivesse se desmoronado. Em 1972, por influência do meu tio que sabia do meu desejo de estudar, fui contemplada com uma “bolsa” de estudo destinado a filhos de trabalhadores rurais. Iniciava-se a era do milagre econômico e do sentimento nacionalista; os movimentos populares renasciam sob a ressaca da repressão com o aval e a vigilância dos políticos. Vivi de 72 a 75 morando com parentes. Tinha contado com minha família somente duas vezes ao ano em período de férias, momento em que por ordem de meu avô tornava-se professora dos primos e amigos ou por outra permanecia na roça colhendo ou plantando conforme fosse a época.
No Colégio Antônio Araripe cursei de 5ª a 8ª série e dois cursos em nível de 2º grau. Magistério de 1º grau e assistente de Administração. Além dos estudos obrigatórios dedicava-me à leitura; a biblioteca foi sempre o meu lugar preferido. Na escola tinha muitos espaços culturais: Gincanas, SELITA’s (Semana do Livro em Tauá), festas comemorativas, eu me engajava em todos esses espaços e era nas dramatizações que realizava meu potencial artístico. Eu sempre tive lugar reservado nos momentos de discursos e falações. A participação em vários cargos do grêmio e como líder de turma me oportunizou o aprendizado da vivência em grupo. Ainda cursando a 8ª série, a direção da escola me convidou para assumir a vaga de uma professora na disciplina de religião, trabalhando com minha própria turma, aprendi a importância da partilha e da solidariedade.
Considerando os anos de professora “avulsa” apenas como estágio, minha vida profissional iniciou-se em 1976 quando fui contratada pelo Colégio Antonio Araripe como bibliotecária, função que me deu a oportunidade de ser auxiliar da professora de literatura. Lia todos os livros determinados por ela a nível de 5ª a 8ª série do 1º grau, corrigia todas as fichas de estudo e resumos dirigidos aos alunos a cada mês. Tarefa que não me custou nenhum sacrifício. Como bibliotecária, ainda me sobrava tempo para ler livros de : formação moral e cívica, psicologia e sociologia, tais leituras davam-me embasamento cultural que mais tarde serviriam como suporte de implementação para as discussões e debates tanto como aluna quanto profissional.
Fui contratada pelo Governo do Estado do Ceará como professora em 1979 socializando conhecimento no 2º grau, tanto era a carência de profissionais habilitados para o exercício do magistério nesta modalidade de ensino que, neste período, o Colégio Antonio Araripe mantinha convênio com o estado e por influência da diretora junto aos políticos da região passei a fazer parte do quadro de professores estaduais neste mesmo ano. Trabalhei na escola conveniada até 1987 quando por determinação do governo todos os profissionais com contrato estaduais lotados em escolas particulares teriam que suprir as carências das escolas públicas, era o fim dos convênios chamados popularmente de “contra partida”, isto é, o governo garantia um determinado número de horas aulas e a escola mantinha um determinado número de alunos estudando “gratuitamente”. Paralelo às atividades comuns tive oportunidade de participar de algumas capacitações e Congressos de Professores, nos quais aprendi a ver o mundo com olhos de quem pouco sabe e tudo que saber.
Em 1996 iniciei um trabalho na EEF Luzia Araújo Freitas intitulado: Mudando Nossa Prática Pedagógica, trabalho este que não teve continuidade, pois a convite da diretora do CREDE em 1997, passei a fazer parte da equipe técnica do SAP (Sistema de Acompanhamento Pedagógico). Ainda na referida escola fui presidente do Conselho Escolar função que desenvolvi de forma coletiva e gerenciando o fim da gestão já no próprio CREDE.
Em 1998/1999 junto a outros profissionais participei como co-autora do livro: Descobrindo e Construindo Tauá – Conhecimento de Geografia e História.
Aprovada em Concurso Público em 1998 compus a direção da Escola Liceu de Tauá Lili Feitosa ocupando o cargo de Coordenadora Escolar da Área de Gestão no período de 1999 a 2001.
De 2000 a 2004 cursei o Programa MAGISTER pela Universidade Estadual do Ceará – UECE, onde obtive a graduação em História / Filosofia.
Em 2005 fui convidada a participar como membro da Academia Tauaense de Letras, o que me oportuniza a dar continuidade o meu desejo de colaborar com a cultura e as letras neste município.


Ana Moreira Vale
Membro da Academia Tauaense de Letras









Um comentário:

Unknown disse...

Ana fui seu aluno na escola Luzia arujo,e participei do livro: Descobrindo e Construindo Tauá.Mim orgulho muito de ter tido você como professora;pois você foi unha professora inesquecivel.